quinta-feira, 17 de julho de 2008

10 Roteiros e El Greco




Não perca artigo + trailer do filme EL GRECO 2007 no Blog da Dai:) A Fênix Apoplética





CULT

- Sete Homens e um Destino (western)

De John Sturges - ano 60

Com: Eli Wallach, Steve McQueen, Charles Bronson, Yul Brinner, Robert Vaughn, Brade Dexter.

- Um Rei em Nova York (comédia)

De Charles Chaplin - ano 57

Com Charles Chaplin, Dawn Addams, Jerry Desmonde


- El Greco (drama)

De Luciano Salce - ano 66

Com Mel Ferrer, Adolfo Celi, Rosanna Schinffino


- Lolita (drama)

De Adrian Lyne - ano 97

Com Jeremy Irons, Dominique Swain, Melanie Griffith


- Amor, Sublime Amor (musical)

De Jerome Robbins e Robert Wise - ano 61

Com Natalie Wood, Richard Beymer, Russ Tamblyn, George Chakiris


MAIS ATUAIS

- Ruas Sangrentas - O Acerto Final (ação)

De Vondie Curtis-Hall - 2006

Com Tyrese Gibson, Shawn Parr, Henry Hunter Hall


- Apocalypto - (ação)

De Mel Gibson - 2006

Com Rudy Youngblood, Dalia Hernández, Jonathan Brewer


- O Filho de Chucky (comédia)

De Don Mancini - 2004

Com Jennifer Tilly, Billy Boyd, Hannah Spearritt


- Rocky Balboa (drama)

De Silvester Stallone - 2006

Com Silvester Stallone, Burt Young, Milo Ventimiglia


- Do Inferno (suspense)

De Albert Hughes e Allen Hughes - 2001

Com Johnny Depp, Heather Graham, Ian Holm

domingo, 6 de julho de 2008

Salivas do Universo


Oi, tudo bem? Vem sempre aqui neste lado do céu, costuma olhar o outro lado, mergulha naquele sol pálido ali...? Nem sempre, prefiro aquele que congela aos poucos, sem meteoros, lá não tem dono, deus de jeito nenhum, sento e fumo, este fumo aqui é bom, veio de plantação lá daquele lado, depois da lua e, sinceramente, porcamente a terra anda uma merda... É, por isso me escondo neste lado da galáxia, sem falácia, bebo desta água azul e interrompo a comunicação... Olhando melhor, acho que te conheço sim, estas botas pratas são únicas e tua túnica tem um cheiro... Você também não me é estranho, mas tua gravata tá demodé.. ou então sei lá, com o brilho refletido de saturno ela fica, como direi... Ouvir estrelas.. Como? É isso que faço sempre aqui... ouço estrelas. Lá tá pesada a barra, preconceito, falação mediúnica, internet, um mau cheiro, água suja, não? Pode ser, mas aqui, neste oceano de leite, sou alérgico, esses lácteos... Tudo bem, toma aqui um gole, experimenta, vai gostar. Bom... é feito de quê? Saliva... a minha. Então é seu beijo. Sim. Bom... muito bom.

sábado, 21 de junho de 2008

Volto já!

Por enquanto estou sem tempo de postar por aqui. Volto em breve com alguns roteiros originais, inéditos para serem analisados.

Enquanto seu Lobo não vem, visite-me no meu blog literário. Será certamente um prazer recebê-la (o).
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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Programa de índio :)


SETCOM CONVIDA PARA A ESTRÉIA DO DOCUMENTÁRIO
O ÚLTIMO KUARUP BRANCO

SALA CINEMATECA
Sábado - 07de junho às 20h30
São Paulo


"O Último Kuarup Branco é a tradução, em belas imagens cinematográficas, da utopia de conciliação do Brasil profundo iniciada pelos irmãos Villas Bôas."
Maria Rita Kehl - Escritora

SINOPSE

“O Último Kuarup Branco” é uma viagem onírica de contato, imersa em um ambiente visual que evoca os estados alterados de consciência nos misteriosos rituais indígenas do Xingu. Neste trajeto, em forma de animações e depoimentos, comparece pela primeira vez a voz dos índios com protagonismo, e somos tomados por uma dolorosa lucidez. Percebemos como os níveis de produção e consumo atuais de nosso mundo são insustentáveis para o planeta, como as relações humanas, ao substituir colaboração por competição, são fontes geradoras de doenças e como há pouco tempo para reverter esse quadro. Percebemos, com horror, que além de destruir a nós mesmos numa espécie de insanidade coletiva, nossa civilização destrói também a esses povos ancestrais, que vivem sob um sofisticado sistema de respeito aos ciclos naturais e humanos. E recebemos uma mensagem da velha índia Airé, da nação Ikpeng: “Não nos matem”. É como uma advertência do próprio coração humano que diz: “não esqueçam a humanidade que habita em vocês”.

Longa metragem – 72’
Formato – High Definition

quinta-feira, 29 de maio de 2008

C.R.A.Z.Y. - Loucos de amor
















Na minha opinião o filme é cult pela direção, com cenário e trilha sonora apropriados aos questionamentos das décadas de 60 e 70. Pink Floyd é o carro chefe na trilha sonora que levou pelo menos a metade do orçamento.
Eu gosto de cinema canadense, principalmente falado em francês, como C.R.A.Z.Y.

Sinopse

Zac (interpretado por Émile Vallée até os oito anos e por Marc-André Grondin na idade madura) é filho do rigoroso Gervais (Michel Côté) e Laurianne (Danielle Proulx). Com a mãe, ele tem uma relação estreita; com o pai, incompreendida por ambos. Ao lado de quatro irmãos, Zac cresce sentindo desejos homossexuais, enquanto tenta lidar com a religiosidade da mãe e a intolerância do pai, entre os anos 60 a 80.
Argumentos para bons roteiros não são muitos, por isso o roteirista precisa buscar pérolas, sejam nos diálogos, na composição dos personagens.
Neste filme Jean-Marc Vallée desempenha uma direção contundente no sentido de captar a tensão dos personagens quase que esteorotipados, ou melhor, são mesmo estereótipos: dos quatro irmãos Zachary, o protagonista, tem tendências ao homossexualismo, enquanto o irmão mais velho torna-se drogado, outro é intelectual e outro desportista. O desafio é saber trabalhar os tipos comuns. Arquétipos fundamentais para resolver um drama/comédia como C.R.A.Z.Y.
Por aqui o filme estreou em 2005, um ano após seu lançamento no Canadá.
O que vale o título de cult e mais prêmios é, sem dúvidas o trabalho de roteiro. Acho perfeito.
Não por acaso o filme levou 11 prêmios Genie (o "Oscar" canadense) e mais 19 prêmios em outros festivais.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Blade Runner

A melhor e mais completa análise do filme que já li.
O texto é um tanto longo mas foi escrito por Renata Cordeiro, bacharel em filosofia, tradutora de livros em vários idiomas, dentre outras atividades.

A impressão que tenho é que Blade Runner é um filme/estudo para se assistir em vários momentos de nossa vida. Vale muito à pena conferir a revisão de Blade Runner por esta excelente escritora e crítica.
Aí no vídeo a cena romântica mais complexa do cinema. Ela não parece replicante, enquanto ele... bem, até hoje não sei se Harrison Ford é humano ou não.


segunda-feira, 26 de maio de 2008

Dead Man - Jim Jarmusch















O diretor Jim Jarmusch é este gênio do cinema independente. Bem sucedido e sempre cult, foi aluno, na década de 80 de Nicholas Ray e de Laslo Benedek na Escola de Cinema de Nova York . Nascido no Ohio, em 53, representa a ousadia do artista que não se rende ao glamour hollywoodiano.

Dead Man é a estória quase surreal de William Blake (Depp), um jovem que viaja para o Oeste em meados do séc. XIX, mas sua viagem começa mesmo quando involuntariamente se transforma em um fora da lei.

Conhece e fica amigo de Nobody, um índio que por ter estudado na Europa quando capturado, o confunde com o escritor morto William Blake.

Os diálogos são quase filosóficos e os cortes de cena são sempre em fade in (escurece uma cena e acende em outra). Uma viagem certamente.

Já deu pra perceber que o filme - p/b - é mesmo uma viagem. Sem contar com a música de Neil Yong. E Jhonny Depp no papel principal, claro.

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O Jardim do Amor

Tendo ingressado no Jardim do Amor,
Deparei-me com algo inusitado:
haviam construído uma Capela
No meio, onde eu brincava no gramado.

E ela estava fechada; "Tu não podes"
Era a legenda sobre a porta escrita.
Voltei-me então para o Jardim do Amor,
Onde crescia tanta flor bonita,

E recoberto o vi de sepulturas
E lousas sepulcrais, em vez de flores;
E em vestes negras e hediondas os padres faziam rondas,
E atavam com nó espinhoso meus desejos e meu gozo.

William Blake

sexta-feira, 2 de maio de 2008

To aqui galera! :)

Se alguém aí quiser visitar os textos do Blog da Dai :) enquanto não encontro o elo perdido, eu estou neste substituto, onde recomeço meus rabiscos insanos. Ou poesias. Ou contos. Reflexões... acho que nenhuma.

Devido a um acidente na mão direita devo ficar um tempo sem escrever aqui. Mas voltarei com força total.
Lá no novo Blog da Dai :) fica mais fácil escrever com a mão outra porque do lado esquerdo, segundo Djabal, a poesia pulsa mais forte. Então, a canhotinha provisória se despede. Apareçam :)

Beijão! Ói aí a URL :)

http://carva1.wordpress.com/

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Onde andará o Blog da Dai :) ?

Os links do texto são convites a amigos para compartilharem minha dorzinha :(










A vida é constituída de perdas. Nascemos só para iniciarmos um processo de deteriorização. Morrer é fato tão comum quanto se tentar explicar a morte. Mas este fenômeno em si traz consigo o benefício do acaso e do mistério.
Desde sempre, desde o início, nós, humanos, tentamos lidar com este aspecto obscuro e glorificado. O ato involuntário de desaparecer como fumaça no Cosmos, nas esquinas, em hospitais, enfim, nas curvas do destino.

Difícil aceitar a perda. Inútil perseguir o abismo que não tem fim.
Religiões, filosofias e crenças folclóricas amortecem a frustração universal da talvez única resposta sem pergunta. Porque na verdade, nenhum de nós haveremos de inquirir a ninguém algo tão abstrato que é o desaparecimento de um produto material. Físico. Vivo.
Sabemos, com envergonhada certeza que o alimento transforma-se em excremento e que lagartas tornam-se borboletas.
Também já dominamos a ridícula sabedoria de que o girino vira sapo.
No entanto, a mais sádica dúvida que existe para nós é sabermos por onde vai esta energia que mora - de graça - em nossa existência, se é que podemos continuar chamando-a de alma. Acontece o quê? Ela sai voando? É imortal? É?

Pessoalmente eu diria, e de forma triste, que o maior dos mistérios às vezes vem em minha vida para apenas motejar minha dor. Física e a não física. Completamente.
Eu frustro-me ao pensar sobre estas tarefas que não podemos cumprir. Esta missão de encontrarmos a resposta do que jamais quisemos perguntar.
Vivemos em eterna escarpa. Absolutamente sós. Sem sóis, sem nós.

Por mais que minhas elegias - pequenos poemas - que eu não quis escrever, muito menos pensar, incomodassem minha inteligência em Camões, Pessoa e Machado, ainda assim penso que divido com todos um certo sentimento solitário. Mesmo não tendo a genialidade dos helênicos, eu posso carpir cada momento meu, quando de fato choro por minha condição ínfima de gente que morre.

Ceifar minha garganta é comum porque conheço o sofrer e a dor sombria que me veste vez por outra. E ainda que fique nua temporariamente enquanto viva, eu desfaleço, supondo, antes de mais nada, que eu vim aqui sem nascer. Ou melhor dizendo, eu apareci e não sei como. Como também não arrisco dizer como desaparecerei.

Algumas faltas fazem diferença em nós. Sentimentos que não teremos mais. Coisas que não tocaremos. Gente que não veremos. Músicas que não tocam mais e esquecemos a letra... blogs onde não mais escreveremos.

A morte, que cresta minhas manhãs, que não me dá o benefício de ficar ao sol, esta mesma me mantém viva.
E pra que ouvir as cotovias e os acordes de Wagner, se sei que mais cedo ou mais tarde esquecerei de tudo, como um troço reciclável. Virarei papel? Nuvem... ou lembrança na cabeça de alguém?

É assim que me sinto com o desaparecimento de minhas palavras virtuais que se esconderam no Blog da Dai:).
Da mesma forma que os homens da hospedagem não sabem do meu retiro que chamei de blog, ninguém saberá ao certo o que é a morte.

Ou melhor, pequenas mortes como o meu blog, até dá pra saber.
Era apenas um blog. Um amontoado de palavras como este texto.
Mas o funeral queima em mim como fosse eu, Deus.

Onde foi parar o Blog da Dai :)?
Alguém tem uma idéia? :(

quinta-feira, 24 de abril de 2008

The Last Temptation of Christ Porque o cinema é mentira


A última tentação de Cristo



Para a cor azul dos olhos do messias há várias teorias. Cientificamente Jesus Cristo seria moreno, cabelos pretos, olhos escuros. Porém os antigos hindus afirmam que um homem iluminado tem uma forte luz nos olhos que os clareia quando em êxtase. Nos evangelhos há descrições do filho de Deus com um intenso brilho nos olhos, 'um brilho como os céus.' Ok.

A partir do romance homônimo de Nikos Kazatzakis (1960) nasce o roteiro espetacular do autor e o guião Paul Schrader. E para completar esta obra prima, temos aí a direção do não menos genial Martin Scorcese neste filme de 1988. Proibido em vários países por ter sido condenado pela igreja católica, só veio a ser liberado no Chile, por exemplo, 15 anos depois, em 2003.

Entretanto, cinema é a capacidade de fazer mentira. O autor do livro apenas deu asas à sua imaginação, a partir das sabidas crises de Jesus Cristo. Em muitas passagens dos evangelhos vemos a descrição do apelo do homem ao Pai - "Afasta este cálice de mim..."

O autor viajou na possibilidade de Jesus ter aberto mão de sua missão e simplesmente ter desistido de ser o messias para viver tranqüila e normalmente como qualquer mortal.

O grande desfecho é que impressiona porque aí Cristo descobre, depois de casar-se com Maria Madalena e envelhecer, o messias descobre ter sido vítima de um ardil de Satanás.

É um belo filme que se aproveita de mentira para fazer o verdadeiro cinema contemporânio e reflexivo. Talvez a igreja tenha se assustado em função de o filme poder provocar dúvidas na cabeça do homem. Mas, assim como as ditaduras militares, as igrejas, muitas vezes tropeçam em sua ignorância diante da arte. Principalmente da sétima arte.

Tecnicamente é perfeito o filme com a direção de Scorcese (indicado ao Oscar) e um Jesus Cristo na pele do excelente Willem Dafoe. Harvey Keitel como Judas deixa a desejar, não entendo o porquê. Chegou mesmo a ser agraciado com o troféu Framboesa de Ouro pela pior atuação de um ator coadjuvante. Crises religiosas internas?
Porém, Harry Dean Stanton como apóstolo Paulo é divina (ops!).

A participação de David Bowie como Pilatos é um escândalo de boa.

A trilha sonora de Peter Gabriel é um espetáculo à parte com auxílio luxuoso de percussionistas brasileiros. Indicação ao Globo de Ouro. Aqui, assiste-se ao raro casamento bem sucedido de som e imagem.

Mas Bárbara Hersley como a ardente Maria Madalena rouba muitas cenas.

Que tal assistir de novo? Uma analogia perfeita de nossas dúvidas e fraquezas na pele do Homem. O Cristo redimindo nossa pequenêz. Perfeito. Em todos os sentidos.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Locações - Praia de Búzios










Existem lugares lindos aqui na Região dos lagos, Rio de janeiro. São praias maravilhosas que encantam o espírito. Este aí é um quadro de Abigail Schelmm, artista plástica que mora em Búzios.
Eu quero muito filmar por lá um dia.
Clique aqui e se deslumbre com Búzios!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Cenas de uma cidade perdida


foto de Helmut Newton






Uma mulher sai de casa entupida de tranqüilizantes e anticoncepcionais. Vira a esquina e vomita o excesso dos cigarros com traçado de pinga com mel. Mas a pinga é boa, mineira como Guimarães Rosa.
Senta-se no banco lá atrás do cinema e se acaba com Godard. Suspira e vai pra casa.
Lá, senta em seu bagunçado escritório e escreve poemas e aforismos loucos pelo excesso de amor não correspondido. Que não é correspondido porque ela não o quer.
É leviana e solitária. E muito linda.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

O Último Rei da Escócia - ator mandou bem!




THE LAST KING OF SCOTLAND

Para quem viu, sabe que é uma boa produção. Melhor, é uma ótima produção, principalmente pela direção sensível e equilibrada de Kevin Mac'Donald, um bem reconhecido documentarista, diga-se de passagem. E quem ainda não viu, nunca é tarde. As locadoras ainda existem.
Trata-se de uma adaptação (legal, né?) do romance homônimo de Giles Foden. E botaram mesmo pra foder (não pude evitar, sou carioca).

O filme maravilhoso é narrado pelo ponto de vista do médico escocês Dr. Carrigan (David Ashton)), um idealista e jovem médico que vai para Uganda, em busca de esperanças. Entretanto é convencido pelo ditador Idi Amin (anos 70) a ficar ao lado dele, argumentando que, desta forma, estaria ele - o jovem médico - de fato, ajudando aquele país. Uganda.

Mas, infelizmente, há choques culturais e de poderes supremos. E assim, nesta película genial, podemos mergulhar num antigo pensar, ou seja, até hoje vemos e não vemos o poderio africano. Como também não sentimos a verdadeira fome daquele quase povo.

Eu indico este filme concorrente ao Oscar, e que elevou um dos meus atores favoritos ao merecidíssimo Globo de Ouro.

Este filme emocionou-me tanto que por hoje é só. Porque ainda faltou falar da trilha sonora e da fotografia.

Parabéns vai para Forest Whitaker!!

Fala você!

domingo, 20 de abril de 2008

Alegria Alegria! =]





Sem comentários he,he!
A não ser registrar uma alegria carioca. Uma espécie de compensação pelas dificuldades que minha cidade tem passado.
Melhor olhar o lado bom das coisas e fazer menos marketing para o Mal ;)
Valeu, meu Fogão!!!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Forever Films


MISSISSIPI EM CHAMAS MISSISSIPI BURNING 1988











Sempre me pareceu que um poema era algo assim como um passarinho engaiolado. E que, para apanhá-lo vivo, era preciso um meticuloso cuidado que nem todos têm. Poema não se pega no tiro. Nem a laço. Nem a grito. Não, o grito é o que mais mata. É preciso esperá-lo com paciência e silenciosamente, como um gato.
(Mário Quintana)

Produzido em 88, este filme maravilhoso do diretor Alan Parker (Oscar em fotografia), reuniu a verdadeira casta de atores e diretores, para fluir a verve do mensageiro artístico. São eles:
Gene Hackman (agente Rupert Anderson)
Willem Dafoe (agente Alan Ward)
Frances Medormand (Sra. Peil)
Gailard Sartain (Xerife Ray Stuckey) e mais ficha técnica. E deuses da arte.
Roteirista - Chris Gerolmo.

Na década de 60, houve o assassinato de dois negros e um judeu militantes, no Mississipi. Dois agentes do FBI ( Genne Hackman e Willem Dafoe) foram designados para apurarem os crimes cometidos contra a democracia, nos EUA. Muita hipocrisia já sabida foi denunciada nessa película. Eu diria que este filme é uma reunião de bacanas artistas (atores) inconformados com sua predileção capitalista no meio artístico.

Eu penso que a idéia era manter a supremacia americana, porém, este filme marcou para sempre uma idéia de justiça, onde os atores (todos do elenco) encorporaram a verdadeira supremacia humana: a igualdade dos direitos.
Vejam este filme para sempre!

E mais um detalhe: os antagonistas (vilões) na pele de atores exímios, deixam escapar, ironicamente, a cruel e desumana aristocracia burguesa dos descendentes ingleses que aportaram nas Américas, sem o menor escrúpulo. Sem nenhuma noção do mal que fizeram aos afro-descendentes.
Talvez tenhamos um novo Mississipi em chamas... Diretores não faltarão.
Entretanto, infelizmente, na realidade o FBI esteve omisso diante da injustiça americana.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Forever films...










A CASA DOS ESPÍRITOS

The House of the Spirits - 1993

Este filme do diretor Billie August (Pelle, o conquistador) conta a saga da família Trueba no Chile desde a década de 20 aos anos 70 mostrando a revolução e queda de Salvador Allende. O roteiro brilhante foi baseado no romance de Izabel Allende e torna-se um filme para ver sempre porque é simplesmente estupendo, com um elenco magnífico, raramente visto no cinema: Maryl Streep, Jeremy Irons, Glen Close, Antonio Banderas, Winona Ryden, Vanessa Redgrave.
Gosto do antagonismo da revolução com suas crueldades diante da pureza mediúnica da personagem de Meryl Streep.

domingo, 6 de abril de 2008

Silencioso demais


Creio ter vivido o suficiente.
Não que eu não queira envelhecer
Ou desconfie que ninguém me ouvirá.
Só que tudo me parece monótono,
Monótono demais.

Nenhum crime cometido, nada de adultério na rua.
As fofoqueiras estão em casa,
As igrejas fechadas - que bom!
E nenhum açougueiro decepou o dedo.
Nem cachorro atropelado,
Copacabana sem show,
Comércio vazio e computador desligado.

A música é ruído
E o rock sem volume...

Monótono,
Monótono demais.

Fragmentos


Beijo em você pedaços últimos
Retalhos da carnificina
Que treinamos no laboratório Da vida eterna.

Andamos por anos e Conhecemos as esquinas
Da perdição
E das vezes sem cigarro ou poesia ou porra Nenhuma.

Eu virei estátua
E póstuma enterrei nosso amor.

Mas ninguém ressuscita dentre os mortos,
Nem Dolores, Simone, Maria, Cássia, Cláudia, Cazuza.

Pelo olho mágico
Só o resto dos dias...
Por enquanto sou E.T.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

DIRETORES DA SEMANA


Diretor - Charlie Chaplin
Filme - Um rei em Nova York (57) USA
Luxo - Charlie Chaplin
Sacada - Sonorização no cinema com perfil cômico (gags) do cinema mudo.

Diretor - Roger Donaldson
Filme - Sem saída (87) USA
Luxo - Gene Hackman, Kevin Costner
Sacada - Bastidores da CIA e prostituição de luxo.

Diretor - Kevin Macdonald
Filme - O último rei da Escócia (08) USA
Luxo - Forest Whitaker
Sacada - A inocência bizarra de Idi Amin.

Diretor - Vondie Curtis-Hail USA
Filme - Gridilock'd - Na contra mão (97)
Luxo - Tim Hoth
Sacada - Crítica à burocracia e descaso dos hospitais públicos com os drogados.

Diretor - Alfred Hitchcock
Filme - Um barco e nove destinos (47) USA
Luxo - A própria direção
Sacada - Hitchcock fazendo drama nazista. Perfeito.

domingo, 16 de março de 2008

Dominguinho gostoso he-he-he!




Ganhar é bom. Perder a gente tem que aprender. Bola pra frente, meu Fogão! Não trabalhei no meu roteiro para o Festival de Cinema Ceará mas gostei do meu domingo :D

sábado, 15 de março de 2008

Realismo fantástico - Dos personagens

Carl Gustav Jung











Realismo Fantástico


Este é um gênero difícil de ser explorado. Nós já temos tendências naturais para a fantasia. As imagens nos sonhos.
Roteiristas são operários da psicanálise e de estudos antropológicos. De que outra forma nós poderíamos 'inventar' personagens?
Há filmes - brilhantes - que se originaram de grandes livros, sem dúvida, como o super clássico E o vento levou... Porém, aí neste livro a escritora Margaret Mitchell invariavelmente desenvolveu seus personagens a partir de um estudo sobre seus perfis psicológicos. Não necessariamente em cima de psicanálises, eu presumo. Afinal os roteiristas são seres repletos de idiossincrasias e são vários os métodos de criação.
Criar um personagem é muito mais que escolher uma 'pessoa' para protagonizar ou antagonizar uma estória. O personagem, via psicanálise, é um ser real e ele já nasce vivo na mente do autor. Ele é verossímel e será eternizado em sua obra, seja na literatura ou no audiovisual que é do que tratamos aqui.
Meus personagens respiram, defecam, têm realções anais, erram e sonham. Mas não há como ignorar a complexidade de compor um personagem 'real'.
Eu pessoalmente seria incapaz de conceber meus personagens sem fundamentar-me em dois assessores que eu assumi há tempos. Desde que, adolescente, escrevia e rabiscava pequenos contos e diálogos, na pretensão de serem parte de alguma peça para teatro.
Meus personagens têm sangue e loucura. Consciente e inconsciente. E, de certa forma, minha principal base de conteúdo criativo são Jung e Freud. Muitas vezes relidos por autores contemporâneos. Mas a base psicanalítica é uma constante em minhas criações.
Esses dois são meu bálsamo na hora em que sangro em busca de verdades para meus arquétipos.
Jung separou-se de Freud quando divergiram com relação a origens existenciais. Doutor Freud cria totalmente base sólida nas essências sexuais e traumáticas do indivíduo; enquanto Gustav Jung, por sua formação religiosa e cega (por parte de seu pai), passa a desenvolver a teoria de que há um espiritualismo atuante em cada ser individual e no todo, de certa forma. Já salientava aí, a partir de Jung o Holismo, bem mais aceito e buscado hoje em dia.
Criar personagens, definitivamente não é tão fácil assim. Se mesmo nós, digamos, personagens reais, precisamos de autocredibilidade para refletirmos no outro, que dirá um personagem fictício, que é mais metafísico, fantasmagórico que a maioria de nós?
Por exemplo:
Eu tenho uma personagem no teatro, a Valquíria, que carrega em si outras personagens na forma de síndrome de múltiplas personalidades.É a peça "A demência das Valquírias". Neste contexto dramatúrgico eu exploro algumas possibilidades de desdobramento de uma mulher, do ser humano. É a metáfora da hipocrisia, onde Valquíria é, ao mesmo tempo, um escritor de thrillers, médica psiquiatra, prostituta e ainda mantém um romance pecaminoso com um meio irmão. Pura análise da alma humana, mas fundamentada em estudos freudianos e jungueanos, claro.
Este post era para falar de realismo fantástico, gênero que mistura surrealismo com certa necessidade de dramatizar a vida. Mas acho que ficará para a próxima. Odeio posts longos.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Duda Ribeiro












Esse aí, ao lado da Carol Castro e do Marcelo Faria é Eduardo Ribeiro, o Duda. Além de ser meu amigo, é um cara ser humano e que vem me dando muita força em meus trabalhos, eu que sou uma eterna aprendiz das artes.
Não por acaso, Duda Ribeiro é um de meus mestres, e como professor autodidata como ele mesmo diz, tem se superado, dado um banho de cultura e sabedoria nos quesitos roteiro, direção, atuação, dramaturgia. Ou seja, o cara sabe tudo e mais um pouco.
Profissional dedicado, ele vê a arte como toda a finalidade da vida.
Estar com ele é sempre uma festa, pois a alegria que emana de seu espírito é contagiante.
Acima algumas fotos na minissérie Amazônia, como Jeca Tatu no Sítio do Pica-pau amarelo e na recente montagem de Dona Flor e seus dois maridos. Sucesso absoluto.
Como estou em meu último semestre, achei legal homenagear um dos maiores profissionais do meio. Um dos maiores atores, diretores e roteiristas do Brasil.
Vida longa e merda sempre Duda Ribeiro.

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quarta-feira, 12 de março de 2008

Numa esquina escurinha na madrugada





CENA5-RUA-EXTERIOR/NOITE
MARCO E AMANDA CONVERSAM ENCOSTADOS NO MURO.

MARCO - O filme era ruim. Ainda sinto tesão e medo de mudar.

AMANDA - Um drama para você não cairia bem mesmo. Larga logo tua mulher.

MARCO - Não sei acordar sem aqueles cabelos no meu peito.

AMANDA - Isso é mesmo um drama. Mas se não tem amor. Discutem só a crise econômica e o preço do presunto. Ou quem vai lavar a louça?

MARCO - É fácil pra você ironizar as merdas dos outros. Mas não me engana, Amanda. No fundo você não é lésbica. Eu sei.

AMANDA - Só porque transamos em estado de absoluta solidão não significa que tenho dúvidas das minhas convicções.

MARCO - Sexo não é convicção. É questão de prazer. Vontade.

AMANDA - E você ainda sente prazer com tua mulher?

MARCO - Às vezes, quando estou bêbado.

AMANDA - Pois então, meu caro.

MARCO - E você se sente o máximo em colecionar garotas. É isso?

AMANDA - Marco. Eu não coleciono garotas. Eu apenas fico aberta a novas emoções. Se você se fecha em um casamento de merda, o prejuízo é seu. A vida corre e geralmente na contra-mão.

MARCO - Na contra-mão? Não entendo, Amanda. Suas metáforas são tão fraquinhas.

AMANDA - Só digo que é ridículo você ficar preso a um corpo que nem prazer te dá mais. Você é covarde, Marco. Simples assim.

MARCO - Quer transar?

AMANDA - Não sei. Você quer?

MARCO - Quero!

AMANDA - Tá.

CORTA PARA

terça-feira, 11 de março de 2008

Orson Welles não matou o monstro


Quem gosta de cinema sabe que que War of the Worlds - Guerra dos Mundos - de Spielberg, com Tom Cruise no papel de herói, foi na verdade uma produção radiofônica na década de trinta, quando Orson Welles adaptou o livro de Herbert George Wells para o rádio que na época era o meio de comunicação de massa mais importante e de total credibilidade. Isto fez com que a estória dos alienígenas que invadem a terra causasse verdadeiro pânico em muitos ouvintes. Houve mesmo caso de mortes. Tamanha comoção causada pela dramaturgia radiofônica.
Orson Welles- Cidadão Kane -, talvez não tivesse tanto interesse em tal frenesi do público.

Mas o que pouca gente sabe é que o filme de Spielberg está longe das ideologias de Welles que, controverso ator, diretor, roteirista e produtor, insinuava com a adaptação de Guerra dos Mundos para o rádio, uma associação da máquina americana invadindo a Europa. O 'monstro' era na verdade o preconceito com as minorias. Cínico e revolucionário. Assim era Welles.
Entretanto em Hollywood tudo vira festa. Desta forma, Tom Cruise passa a ser um pai de família, valorizando esta instituição. O herói americano que salva o mundo. E seus adoráveis filhos. Quanta ironia.
Orson Welles, ou ri lá do outro mundo... Ou desiste de vez.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Olhar sonorizado

fotografia Helmut Newton











Fazer cinema é fácil. Filma o que teu olho vê, imagina o que tua alma regozija. Pega a câmera, acende a idéia e mergulha fundo no sonho audiovisual.
Olha mesmo! Invade com tesão a tua estória e conta depois para quem quiser prestar atenção no que tu olhaste.
Tua lente é poderosa. Tu és o primeiro espectador da tua idéia. E mesmo em silêncio tu ouves vozes nas imagens. O som, o som, o som!
O som da tua idéia!

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domingo, 9 de março de 2008

Story Line

WEST SIDE STORY - AMOR, SUBLIME AMOR



Quando pensamos em uma idéia para um programa, e este é o primeiro passo, convivemos com essa febre por tempo indeterminado. Dependendo do projeto pode levar semanas, meses.
Idéias são proliferantes nas cabeças dos roteiristas. Eles dormem e acordam tendo as mais loucas & diversas idéias 'geniais'.
Garcia Márquez ensina, e muito bem algo que a princípio pode parecer desencorajador para o roteirista. A'derrubada de idéias'. E o papa do roteiro cinematográfico Syd Field ensina como ninguém a desenvolver uma estória a partir da Story Line em um livro perfeito e completo.
Num grupo de criação pode-se chegar com uma idéia perfeita para um projeto. Uma estória que poderá se transformar no filme de sua vida ou no programa de TV que mudará a televisão, o sistema de entretenimento. Mas alguém do grupo simplesmente 'derruba' a sua idéia. Lá se vai seu melhor projeto.
O que estou tentando dizer é que fazer roteiros não é tão simples como possa parecer a princípio. Há quem pense que fazer gravar imagens e sonorizar é o que caracteriza 'Cinema'. Mas o audiovisual é um mundo complexo de idéias e filosofias.
Mergulha-se em Foucault no cinema contemporâneo, Sócrates... Um sem fim de pensadores para fazer, às vezes um simples curta-metragem.
O maior desafio do roteirista talvez seja exprimir sua idéia em apenas cinco linhas. É o que chamamos de story line..
Um exemplo de Story Line. Exemplo do filme West Side Story, ou Amor, sublime amor. O musical de 61 dirigido por Jerome Robbins e Robert Wise que alavancou 11 Oscars.
Mas antes da sinopse, poderíamos resumir a estória assim:

"Musical que retrata temas sociais como racismo, xenofobia e a carência de jovens pobres que não têm opção de vida na cidade de Nova York.
Baseado no clássico Romeu e Julieta de Shakespeare, o filme conta a estória de dois jovens que se apaixonam e por serem de gangs inimigas, desemboca em trágico desfecho quando a violência denuncia o abandono desses jovens perdidos."

Apesar da formatação, esta é uma story line de exatas cinco linhas.
É assim, simples e direto. Por isso é melhor apresentar a story line para que sua idéia não seja derrubada depois de um calhamaço de sinopse.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Inquietações e mudanças!

Este blog surgiu da necessidade d'eu falar sobre a arte do audiovisual. Comentar filmes, diretores e televisão. É isto que estudo e ano que vem farei pós graduação em cinema.
Espero que gostem deste novo formato que inaugurarei na próxima semana.
E a notícia boa (ao menos pra mim) é que estou de volta ao Blog da Dai. Foi lá que tudo começou. Lá eu derramo lágrimas de crocodilo, choro e rio e o mais emocionante é que o Dai foi meu primeiro blog depois que iniciei na blogosfera no Lendo.org do André Gazola, excelente pessoa, acadêmico de Literatura.
Desta forma sintam-se à vontade em visitar-me. As portas estarão sempre abertas, tanto aqui como no Dai.
E enfatizo que sem vocês nada sou.
Meu amor é de verdade, ainda que virtual, considero-o visceral e real.
É isso aí. A gente se 'vê' he-he-he.
Beijos, amigos lindos :)

quarta-feira, 5 de março de 2008

Polzonoff e o Padre Renato





Hoje, ao anoitecer, um clima fresquinho, dei um pulinho no blog do amigo jornalista Paulo Polzonoff e li um artigo muito profundo e interessante, onde ele reflete a respeito dos valores humanos. Do Bem e do Mal.
Eu também encontro-me em estado reflexivo. Não temendo o Mal ou tentando ser do Bem. O Paulo decifrou bem este enigma das convivências, afirmando que não podemos mudar a forma de pensar do outro, porém podemos e devemos manter longe de nós, pessoas não gratas.
O artigo é pura reflexão e nosso amigo escreve como poucos. É um jornalista de mão cheia e sua cabeça é cheia de razão. Mas seu coração emana emoção e tudo se equilibra, fazendo deste seu blog um dos melhores lugares para se visitar na blogosfera brasileira.
Ah, sim, eu ia me esquecendo de falar do padre. É que enquanto eu lia Polzonoff, uma procissão inédita passava pela minha janela e eu corri para ver o padre Renato rezando pelo bem estar das pessoas. Orando, pedindo a Deus proteção para os homens de boa vontade.
Embora não seja católica e nem nada (acho), não pude deixar de registrar certa emoção neste momento. Graças a Paulo Pozonoff eu rezei um Pai Nosso neste anoitecer inusitado.

terça-feira, 4 de março de 2008

Animal

Se ele me perguntou, não sei bem... Não me lembro
Mas se ele mo indagasse agora, eu prontamente responderia
Que melhor seria que sua vista vagasse que nem vagalume
De encontro aos miseráveis insetos que arrastam-se irradiantes
Durante, no meio e até antes de descobrirem-se nada!

Assim sente-se, talvez, uma mulher só,
Ou um paralítico desumano que aleijaria um cão
Se fosse necessário roubar-lhe os ossos.

Eu sou, quem sabe, um poste onde aquele cão mijou sem pernas
Ou até mesmo o extinto vagalume de meus dias solitários
Quiçá até um defecar do inseto que viveu por algumas horas...

De qualquer forma, a mulher rasteja sempre
E esta deve ser a cadeia alimentar das trágicas aberrações...
Afinal, um come o outro, sugando o linfa
E o prazer por pura inveja
De jamais conceber o amor do outro.

Agora, apago as luzes e saio voando como o vagalume
E por isso poderei vagar e vagar.
Só que eu tenho pressa
Porque, assim como o cão
Os insetos e os postes
Tudo, tudo um dia há de acabar...

sábado, 1 de março de 2008

Psicologia pra quê?




Era um prédio antigo. Desses que possuem dois ou três apartamentos por andar e que em baixo têm comércio, tipo padaria dúbia, boteco e lojinhas sem alvará, que revendem roupas revendidas do cara que, além de barbeiro (de verdade, que corta cabelo de homens e faz barba), sempre fora conhecido como o estilista que deixava as donas de casa mais magras e seus maridos mais furiosos. Não que suas esposas ficassem mais bonitas. Mas elas, sob a indução do mascate suburbano, desfilavam com roupas incrivelmente ridículas. E ninguém as convenceria do engodo pseudo-judeu a que estavam entregues.

Mas acontece que o tal barbeiro começou a exagerar. Não bastasse envolver as mulheres dos trabalhadores que sonhavam (os trabalhadores) com as gatas da Playboy, o danado fora acometido por uma idéia fantástica! E, diga-se de passagem, o homem era perspicaz. Todo o prédio ficou cliente dele.

Reuniu todas as adolescentes e passou a vender roupas 'moderninhas' para as meninas inseguras do bairro.

Nota-se que nesta época, ainda não havia shoppings e nem estilistas reconhecidos por aqui nesta terra que a princípio, o pessoal andava nú.

Mas ele tinha o dom da auto-estima. De elevá-la ao máximo, a qualquer preço. Por isso suas roupas eram caras. Mas as prestações eram pagas a perder de vista. Cortava bem cabelos de homens. Barbas bem feitas. Tinha também um compromisso com o perfeccionismo. Não vou negar.

O tempo foi passando e eu fiquei sem ver este vendedor por anos. Agora, devo admitir que eu mesma fora vítima de seus argumentos estilísticos.Sim! Esta crônica é uma vingança que cometo porque fui vítima do rei do mau gosto. O Everaldo. O cara que, independente de meus sinais mímicos à minha mãe, conseguia renovar meu guarda-roupa, sempre com aquele olhar vencedor de quem sabe convencer alguém comprar areia na praia. Ou gelo no Polo Norte. E eu só tinha treze anos!

Não fiz terapia por isso. Até porque não teria coragem de confessar ao psicólogo que deixei o 'coiffeur' cortar meu cabelo umas três vezes. Corte masculino. Curtinho. Afinal, ele era apenas um barbeiro. Só minha mãe não o notara.

E pra não ficar aqui fazendo análise tardia, vou terminando e contando, com o maior prazer, o que foi feito do Everaldo...


Ele é hoje um senhor bem menos fofoqueiro. Ainda vende roupas para pessoas sem gosto. Não sei se alguém as compra.

Mas quando cruzo com o odioso mascate por aí, sempre pergunto por sua filha mais velha (ele teve duas), e eu amo quando ele responde: "Ela está bem."

Mas ela não é exatamente a filha que ele idealizara. Que frustração. A menina jamais repetiu um ano na escola. Passou no vestibular e se formou em Psicologia na UERJ.

E eu pretendo um dia ter com ela. Eu só perguntarei onde corta o cabelo. Ou onde compra suas roupas.

Mas sempre regozijo em saber que seu pai fora sua cobaia por anos e que Everaldo foge da filha como o diabo da cruz. Acho que Deus existe, afinal.

Adagas





Mais um crime aqui no Rio de Janeiro. Aqui perto de casa. Aqui no mundo.

Ele nem queria deixar transparecer que era um homem sem infância,
E sorrateiramente entrou no mundo de Eliza, esta menina sem muita sabedoria
Que o permitiu vasculhar suas pernas, seu guarda-roupas e seu diário.
Mas ele não sabia o que fazer com esta flor tão jovem em seus braços
E desabou seu corpo sobre o dela com adagas pontiagudas e frias palavras,
Lâminas sangrando o coração de Eliza, Elizabete, Bete nas mãos da besta.

Olha lá em cima, Eliza, as nuvens te levarão a um mundo outro...
Agora teu corpo flutua e teu espírito descansa daquele homem vilão.
No chão de tua casa a perícia recolhe as provas do teu desamor.
Calma, Elizabete, ele pagará pelo que fez... Como? Não sei bem.
Mas acho que tem a ver com inferno, um monstro morderá sua consciência
Sempre que lembrar que lavou com sangue o amor de Eliza...
Esta menina que deixou seu diário e suas roupas como herança perdida.

Pobre Eliza, pobre homem sem razão. Seu coração é um canhão,
Mãos de um beija-flor assassino que escreve letras de música
Mas quem cantará no enterro de Elizabete?
Rouxinós favelados, bandidos armados zunindo o estilhaçar covarde?
Descanse Elizabete. O pior já passou. A agonia finda junto aos teus.
Sei que sentiu as dores do amor marginal e do ódio de um drogado...

Mas daqui eu ouço um tilintar que vem de longe,
Serão anjos a te buscar, minha Bete querida, serafins afim de te levar
À Terra do Nunca, ou nunca mais verás o sol da tua praia e fim?
Calma menina. Descanse enquanto nós iamginamos teu algóz enforcado
Na cela de uma cadeia.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Quer ajudar o Planeta?




Pessoas no mundo inteiro estão se mobilizando para uma experiência bem interessante. Propõem que apaguemos as luzes e fiquemos no escuro durante cinco minutos. De 19:55 às 20:00 de hoje, 29 de fevereiro. Como recebi a mensagem, pretendo participar.
Pode até ser que desta vez não funcione tão bem, mas é uma boa iniciativa. Coisas de internet? Talvez, porém eu creio que possa dar um resultado interessante já que esta 'escuridão' poderia fazer a terra dar uma respirada.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Mãe, mãezinha...


Marcela, filha da Dai :)



Perder, é um pouco mais que morrer,
É estar no meio do meio fio amolado
Esperando o telefone tocar...
Mas se ela não sabe o número...

Então daremos perda total à filha
Que desaparece no ventre da mãe
Do ventre sem mãos ávidas,
Mãos deficientes que não puderam
Segurar um filho da forma certa.

Há no colo da mãe, um instrumento
Pouco cirúrgico, dormente e único:
É o colo do útero? Da espécie?
Seja como for ou fosse
É difícil ser mãe.

Umas eu conheci enterrando seus filhos,
Outras, os deserdando no vaso sanitário.
Hoje eu soube de uma que viu a filha desaparecer
Entre as sombras da noite pagã...
Aqui mesmo onde vigoram o tráfico
E a prostituição.

E eu diria, em canção de ninar
Que abençoada seja talvez a criatura
Que não procria.
Pois esta é isenta de culpas e dores,
Esta dorme em paz
Porque seu filho não é
Um desaparecido nas trevas
De um mundo sem amor.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A RUA










ELE acordou estranhamente tranqüilo naquela manhã de inverno. Olhou pela janela e viu que a neve caía, anunciando a estação da solidão, onde sempre sentia-se ilhado e longe de tudo que mais amava. Mas resolvera que quando passasse este vácuo estremecedor, tomaria coragem e finalmente entraria naquela rua...

Sentou-se em sua antiga poltrona e descobriu que já estava maduro o suficiente, trinta e dois anos. Que se despediria de sua senhoria e seus dois filhos pequenos que tanto o adoravam. Ficou em dúvida entre Proust e Kardec. Afinal, sua sensibilidade já o incomodava mais que poderia supor. Aquele dom que nascera com ele de fato agora chegava mesmo a assustá-lo.

A vizinha bateu à porta. Ele abriu e recebeu um bule de chocolate quente, bolo e a incubência de olhar os meninos enquanto ela fosse às compras. Ele olhou as crianças: Joseph e Carlo. Sete e cinco anos. Crianças adoráveis. Entrarm e aconchegam-se no felpudo tapete que ficava estrategicamente em frente à lareira que estalava seus gravetos quase que silenciosamente.

Tomaram a bebida quente e fartaram-se daquele bolo fofo que esfarelava em suas bocas alegres.

Joseph em dado momento o olha e pergunta se vai mesmo partir. O menor pára de mastigar e mostra-se profundamente concentrado em sua resposta. Juan sorri com os jornais entre as pernas e adivinha a tristeza dos meninos. Mas chegara a hora de convencê-los de que a vida seguia sempre em frente e, embora eles não tivessem pai, não era necessário apegarem-se a todo inquilino de sua mãe.

Juan explica que tem uma missão e que depois que o inverno se for ele precisará encontrar uma pessoa querida que há muito não via. Então os meninos indagam quem é esta pessoa. O homem responde "não sei bem..." e Joseph ri e o chama de louco. O menor, Carlo chora disfarçadamente enquanto Juan pensa em Ana.

Só a vira uma única vez mas mesmo passando-se tanto tempo, uns três invernos, ele não conseguia tirá-la da cabeça. Nunca tivera envolvimento com nenhuma mulher, pois seu dom o impedia. Esta estranha forma de ver as pessoas pelo lado de dentro às vezes o deixava verdadeiramente mortificado.

Já na infância via homens de dentes pontiagudos e mulheres nuas e promíscuas debaixo de suas saias comportadas. Nenhum padre explicara, nenhuma rezadeira. Nada fazia sentido e assim Juan passou a ser considerado o louco do Condado. O alienado da família, reclusando-se em profunda solidão.

Mas decidira que encontraria sua Ana e tudo que sabia era a rua onde ela entrara quando ele, distraído esbarrara nela derrubando uns pacotes e alguns livros. Um dos livros era de Kardec e desde então ele voltara a ter esperança de ser um homem normal e feliz.

"

O inverno se foi e Juan partiu em direção à rua. Na esquina havia uma tabacaria onde comprou cigarros e pela primeira vez, tomou uns drinks no lugar do já acostumado café expresso.

Mas ficou bêbado, talvez por pura emoção de saber que entraria na rua e encontraria aquela mulher que fizera uma paixão insana brotar no coração de um homem que jamais sentira qualquer sentimento particular por ninguém.

Não percebeu mas seu organismo fraco ou santificado impedia-lhe de intoxicar-se e assim, Juan dormiu na calçada, bem na curva da entrada da rua de Ana. Quando acordou, o hálito amargo e dedos queimados de cigarro, levantou-se. Arrumou o terno amassado. Ajeitando os cabelos, empertigou-se e entrou finalmente na rua.

Mas, já no segundo quarteirão descobriu que não era mais uma rua mas uma infinita avenida onde pessoas as mais estranhas cruzavam com ele e ninguém, por quilômetros e quilômetros sabia informar o paradeiro de Ana.

Só depois de muito tempo Juan desconfiou que estivera em transe. Aquele seu maldito poder talvez mediúnico, divino ou diabólico fizera com ele percebesse uma única mulher tão linda por dentro, sem nada de mal. Mas descobriu que seria procurar uma agulha no palheiro pois mesmo depois de meses viajando naquela rua, Juan não conseguira encontrar uma única pessoa bonita por dentro. Ninguém com o interior de sua linda Ana.

Assim, parou em um bar e desistiu da procura. Pediu bebidas e resolveu que seria apenas um bêbado, pois desta forma passariam despercebidos seu olhar sem Ana e seu dom. Afinal os bêbados eram mesmo loucos.

Olhou pro céu e estalou os lábios úmidos de Rum. Acendeu mais um cigarro preparando-se para dormir enquanto transeuntes horrendos o apontavam em soslaio. Mas Juan aprendera a ignorá-los, afinal, ele pensou antes de fechar os olhos, era somente dormindo que podia enxergar a beleza. A beleza de Ana...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Domingo, enquanto meu Botafogo não ganha...


No final das contas
A vida é uma curva na estrada
Lá, neste momento, derrubam-se a dúvida,
A chuva e meteoros da suposta avalanche humana.

Neste instante eu percebo que somos
A desgraça das limitações,
Talvez o derradeiro pensar
Que nos remete ao último caos atômico. Da aids, fé, e medo
Do meu Botafogo perder...

Salve Garrincha!

E lá, nesta curva da estrada
Só nos restariam dois motivos
Para não pularmos no Gran Canyon:

Assumimos nossa pequenêz fatal,
Os dinossauros
E as viúvas da segunda guerra,
Ou nos remetemos ao inferno
Dos deuses gregos,
E falamos por toda a noite
Com Sócrates emudecido?

Sinto que isto aqui virou farra
Uma rave desgovernada onde homens
De boa compleição física
Estupram suas esposas sutilmente
E se distanciam cada vez mais
Da beleza de um orgasmo.

Ou sejamos justos tal qual Salomão
Ou fiquemos na inútil masturbação aérea
Num aeronáutico bar
Que deixou voar tanta vergonha...

Eu seria a voz da multidão
Sou talvez quem não foi ouvida
E nem levada em consideração,

Porém, o Jesus Rei também não!
Ele não foi bem quisto e desta mesma forma
Ele se deu mal.

O fato irrisório de escrever
Só me deixa solitária cada vez mais,
Porque não escrevo fantasias
E acho que transcrevo pedaços de minha alma
Alma que, talvez, vagou por aí
Desde a existência...

Quanto tá o jogo, porra?

Não gostaria de passar nenhuma sensação
De angústia problemática - sou botafoguense!
Mas o que farei eu depois de Freud, depois de Jung, Vietnã,
Caras pintadas e...
Lula, um molusco sem músculo governante?

Sou, acho, uma pessoa que jamais
Me conformei com injustiças.
Possuo
Esculturas de artistas contemporâneos
Que mantêm a tarja da justiça incólume.

Pareço, às vezes, velha demais?
Mas não, não sou.
Apenas tive infância nenhuma,
Filha, neta, irmã, e todos militares músicos
Mutilados quando eu os olhava...

Entendo pouco de partitura
E lembro do meu prazer ao escutar
Os gênios músicos...
Mas partiram para o inferno
O inferno das desilusões. Eles morrem!

Mas que merda de juiz!

Fui, portanto uma menina prodígia
E Ghandi, minha pureza entre as pernas.
Não que eu tenha sido casta ou santa,
Mas cultuei deuses agnósticos
Dignos de raça inferior
Como meu amado rock'n roll.


Por isso passei a amar os cães, os gatos, baratas,
Moscas, vagalumes... e as rãs.

Ou seja, eu meditei estupidamente e descobri
Que a essência está e esteve em minhas entranhas...

Mergulho neste espaço para usufruir
Desta sensação de fazer parte de um Universo único,
Onde unicamente determino e sei
Que Deus é apenas um verbo...

Mas meu Fogão é Time!!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Diálogo Impertinente

Ponto de ônibus. Dois homens. É madrugada.

Um está de terno e com uma mala de viagem. O outro é mais novo, usa jeans, cabelos longos. Barba por fazer, roupas velhas e um tanto sujas. Fuma cigarro e tem unhas roídas.

O de terno não parece brasileiro. Caucasiano e com uma certa postura inglesa: mal feito de corpo e sisudo.

O mais jovem olha em volta, como a pensar o que aquele homem estaria fazendo alí, àquela hora da madrugada. Como bom carioca puxa assunto, querendo ficar amigo:

_ Esperando ônibus, companheiro?

O homem o olha, sorri sem vontade e nada responde. O cabeludo retoma a tentativa de diálogo:

_ À essa hora fica difícil pegar um ônibus nesse bairro. É gringo é? Falar minha língua? Não? he-he.

O homem de terno empertigado senta-se sobre sua própria mala e acende também um cigarro com um isqueiro de ouro.

O esfarrapado pergunta, desta vez mais irritado:

_ Hei! Não falar minha língua tudo bem, mas esse desprezo me irrita tá sabendo, amigo?

O homem solta tranquilas baforadas e finalmente presta mais atenção ao seu interlocutor. Abre a boca. Vai falar. E fala:

_ Ela se foi…

_ O que?

_ Megalomanias e girassóis desertos. Gripe e fúrias…

_ Não entendi… fala de novo!

_ A chuva não vem, as flores morrerão.

_ Mora no meu país?

_ O planeta vai explodir.

_ É, eu também não aguento mais…

_ Comam gafanhotos!

_… esperar a condução…

_ Ela se foi. Vai ter guerra. Não fiz sexo hoje.

_ Minha bunda tá doendo. Estive sentado todo o dia naquele computador de merda!

_ Deus está morto. As vagabundas me passaram doenças…

_ Meu cachorro mordeu o peito gostoso de minha vizinha. Deu tesão, amigo!…

_ Platão é um merda…

_ Gosto de novela, cinema não. É chato, acaba logo!…

_ Já fui criança… quanto tempo não sou mais…

_ Fuma maconha? É bom… tira esse terno, babaca!

_ Meu inverno tem neve… não acredito em nada…

_ Minha mãe morreu com câncer na cabeça! Tristeza…

_ Minha mulher transou com meu pai…

_ Minha tia tem um isqueiro como esse. Mas é do Paraguai. Latão he-he!

_ À noite me encolho e berro junto com Wagner…

_ Estou sem roupa. Ganho pouco! Sou um merda!

_ Nietzsche tem razão. Jesus Cristo não.

_ Hoje eu peguei a garçonete no corredor da escada. Mó trepada!

_ Armas químicas irreversíveis no ar!…

_ Já roubou, cara? Tu é de onde, parceiro?

_ Sexo não é bom com dor, mas já senti dores terríveis…

_ Porra, que frio! Cadê este puto desse ônibus!

_ Quando traí e fui traido…macacos darwinianos me morderam o cérebro.

_ Eu li Fernão Capelo Gaivota na escola… O livro de minha vida…

_ Estou sufocando…

_ Também foi o único que li he-he…

_ Forças Armadas me entupirão de bombas…

_ Caralho, quero ir pra casa! Cadê este ônibus! Ainda vou comer minha gatinha…

_ Os amores se perderam em Hong Kong…

_ Fui campeão de natação um dia…

_ Fogos no céu azul…

_ Mas desisti de esportes. Sou burro!

_ Trazendo a paz…

_ Me dá um cigarro, estranho!

Toma o cigarro das mãos do homem. Acende com o isqueiro de ouro, que não devolve. O homem sorri e continua:

_ As bruxas estiveram presas nos subsolos das igrejas…

_ Porra, que frio, meu irmão! Minha mente acelera. Sou puritano puto. Quero voltar pra natureza, entende, bicho?

_ E padres comeram crianças por toda vida…

_ Que artista você acha mais gostosa? Eu sou louco pela Catherine Zeta-Jones! Que gostosa!!!

_ E as crianças cresceram e viraram padres.

_ Aí, meu camarada, eu vou nessa, vou andando mesmo! Minha gata tá me esperando. Tenho que dar uma foda senão eu apanho he-he.

_ Cuidado, veja onde se esconderam os urubus!

_ Ela gosta de sexo oral o tempo todo. Minha boca fica dormente, cara!

_ A inveja corrói as almas penadas do planeta!

_ Mas fazer o quê? Se eu não faço, vem outro e créu!

O cabeludo se levanta do chão. Aperta a mão do homem de terno:

_ Foi bom trocar uma idéia contigo, mané!

_ As curvas são infinitas. Minha mulher me largou.

_ Tchau, cumpadre. Aproveita e vá à merda… he-he.

_ Homens não se entendem.

_ Mas minha mulher é gostosinha demais. Que peitinhos! Fui!

_ Alucinações de déspotas dos poderes capitalistas.

_ Posso levar o isqueiro?

_ Joana D’Arc era um tesão.

_ Vou lá! Vou foder!

_ Espere os aviões. Casamatas e ferrões de abelhas nucleares!

_ Quer dormir lá em casa, parceiro? Tu é gay não, né? he-he.

_ A morte é iminente. Os polos derretidos. Continentes desaparecidos. Minha mulher me deixou.

_ Hei! Lá vem o ônibus, maluco! Pega ele!

Mas o ônibus não parou. O cabeludo voltou e amanheceram ‘conversando’.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Saudades


Saudades de você
Vontade de posse
Desejo de dormir...
Ah, como eu quero
Teu corpo nu
Dentro do meu.
Tua boca
Tua língua áspera
A me fazer carinhos
Em toda parte.

Mas você tá longe
Faço o quê?
Imagino-te
Ou durmo insegura?

Volta, cachorro grego!
Olha em volta:
O cio dos deuses
Está por vir...

Se não vem eu vou,
Só não sei pra onde...
Os lobos uivam e
Lobisomens rondam o meu quintal.

Se você não vem
Fatalmente eu vou...
Vou voltar pro nada
E de lá, gozarei sozinha
Com raiva de você.