sábado, 27 de outubro de 2012

4 Moments

 Quão bela me vês, carrasco que me enganas com beijos mortais, negros de amor, sangue e desejos...
 Quantas súplicas no palco da morte, na leveza do meu corpo apunhalado com teus insanos orgasmos bêbados...
 Fantasias moribundas entre minha boca e suas mundanas bundas nas avenidas da querência insólita...
Desnuda e só, te espero por toda a noite, ladrão de mulheres, fetiche engaiolado na palma de minhas mãos...

Fulgaz


 Não era o momento certo para sonhar, 
o dia estava claro, 
e eu podia ver de minha janela 
que o lívido sol já beijava as rosas do jardim.
 Eu sabia que eram beijos 
porque elas dançavam suavemente,
 esquecidas dos corvos
e das mãos ladras 
que as espiavam através do muro. 
Não, já não poderia sonhar estando dia claro,
 todavia, a noite tem passado com mais pressa,
 e não sei por que, 
mas minha ânsia de beijá-lo 
tem crescido, 
tanto quanto este tumor de tristeza
 que cresce a cada minuto,
 e como dói! 
Imagino-te, agora, acordando, 
escovando os dentes. 
Imagino teus pensamentos, a roupa que vestirás
Só não posso mais é sonhar com minha eternidade:
Por tua causa
 Virei fulgaz.

Charles Baudelaire - O Relógio

Os olhos do pobre - Charles Baudelaire


Charles Baudelaire


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A Nudez da Revolução

Já não se fazem movimentos de libertação. Já não há causas a serem defendidas. Já não há tesão! John Lennon and Yoko Ono.


Muito antes de Edward... Entrevista com o Vampiro

Entrevista com o vampiro é um dos melhores filmes do gênero. A saga Crepúsculo é pop pós-moderno. Aplausos para Brad Pitt, Tom Cruise e Kirsten Dunst. Baseado no livro homônimo da escritora Anne Rice, este é um clássico que merece ser revisto. Que tal?


O Esqueleto e o Amor - Day




Quem diria um dia
tu falares tais palavras,
senso torpe e angústia
ouvir-te dizer-me
- Vai-te tomar no cu.
Quanta gentileza não gerada,
e a geada da copilação
adentrou-me o ventre e a alma.
Disseste, bem junto ao ouvido meu:
- Foder-te-ei na primeira cama.
Mundo este que te chamas
à escuridão do opaco ver
tão distinto humano ser,
Alien das trevas, talvez?
Poupa-me, Esqueleto, de teu grilhão.
Afasta a dor nefasta que a mim me causas!
Dorme longe de mim, para lá do Infinito...
E não morras ainda,
não antes
de pedir-me o perdão.

Suco de Amor - Day



 Mergulho dentro de ti
te ligo na tomada em cima da pia. 
Centrifuga-me as carnes com tuas hélices assombrosamente rápidas. 
Decodifica minha mente
 e enxuga as lágrimas
 misturadas ao suco de maçã. 
Pecado, como ficar longe dele?  
Somente misturada em sua volúpia
posso dormir em paz, 
enquanto seca o liquidificador.

O Tempo I - Day


 Volúpia dos demônios,
 fogo nas narinas, 
vento nas ventas, moinho,
 farol de sacanagem atrás dos medos, 
no meio do mato, 
dividindo espaço com o lobisomen. 
Sangue nas coxas, menstruação fluorescente, 
atrai morcegos, vampiros e traição! 
Verdes matos, matas por depilar, 
fogo diabólico, a juventude é do demônio. 
Entre o meu castelo e tua tenda,
 só hoje escolho a tua tenda.

O Tempo II - Day


 Como fomos arrogantes no sexo,
 nas palavras, 
e nas tardes de crepúsculo e medo. 
Sem roupas, desfilávamos um para o outro, 
disputando qual era o mais sensual, 
o mais bonito, e o mais feroz.  
Com tuas pernas trêmulas pelo orgasmo, 
observavas meus cabelos em desalinho, 
e a vulva romântica tanto quanto Nietzsche. 
E hoje, old man, o que fazer
 com os grisalhos repousos 
depois do entardecer?

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Serafim de estrada - Day


 Súbito mórbido
 chupeta de mulher duro;
 medo chuva minha caneta
 seca papel molhado chuva choro morte. 
Deus quem és, quem é teu amigo 
pavio satanismo rua escura
 padre moça hímen pra quê?
 Santa chupa gasolina
 chupeta estrada inferno fim.
Gótica melindre mãos boate céu
e Serafim.