SKOMBRUS - Literatura & Cinema Tempos Finais & Arte Pós-Tudo
Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito. William Blake
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
O Sábio - Day
O sábio é aquele que deixa as feridas chegarem; é o que espera que elas cicatrizem no meio da morte, e aguarda as próximas dores, sendo elas homens ou mulheres. O sábio que vive a vida de verdade, nem se lembra das investidas do Mal em sua carne, tampouco chama por Deus. Ele percebe que nem sabe por que envelhece, e por isso a ninguém incomoda. Portanto, sábio é aquele que sabe respeitar a própria vida passageira; ele sabe que não dá tempo para duelar, menos ainda vencer sem nada entender. O sábio não ganha nem perde. Ele vive, e apenas isso.
(Para Augusto)
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Para Drummond - Day
Carrega-me tu, Drummond,
com tuas asas imortais de letras e fogo.
Queria saber o que sentes, Carlinhos,
agora, daí de onde estás:
Serás anjo, homem ou demônio,
_ Poeta das sábias coisas!
Fala-me, através de teus poemas,
digo até daqueles eróticos de
sugar e ser sugado pelo amor...
Canta de onde estás,
que eu ouço daqui,
ouvirei de minha cama
com teu livro entre as pernas.
Sonho hoje, amado mineiro,
com a possibilidade amalucada,
de um dia estar contigo,
e novos poemas de ti ouvir,
pois sei que não paraste de escrevê-los,
eterno Andrade que és!
sábado, 27 de outubro de 2012
4 Moments
Quão bela me vês, carrasco que me enganas com beijos mortais, negros de amor, sangue e desejos...
Quantas súplicas no palco da morte, na leveza do meu corpo apunhalado com teus insanos orgasmos bêbados...
Fantasias moribundas entre minha boca e suas mundanas bundas nas avenidas da querência insólita...
Desnuda e só, te espero por toda a noite, ladrão de mulheres, fetiche engaiolado na palma de minhas mãos...
Quantas súplicas no palco da morte, na leveza do meu corpo apunhalado com teus insanos orgasmos bêbados...
Fantasias moribundas entre minha boca e suas mundanas bundas nas avenidas da querência insólita...
Desnuda e só, te espero por toda a noite, ladrão de mulheres, fetiche engaiolado na palma de minhas mãos...
Fulgaz
Não era o momento certo para sonhar,
o dia estava claro,
e eu podia ver de minha janela
que o lívido sol já beijava as rosas do jardim.
Eu sabia que eram beijos
porque elas dançavam suavemente,
esquecidas dos corvos
e das mãos ladras
que as espiavam através do muro.
Não, já não poderia sonhar estando dia claro,
todavia, a noite tem passado com mais pressa,
e não sei por que,
mas minha ânsia de beijá-lo
tem crescido,
tanto quanto este tumor de tristeza
que cresce a cada minuto,
e como dói!
Imagino-te, agora, acordando,
escovando os dentes.
Imagino teus pensamentos, a roupa que vestirás.
Só não posso mais é sonhar com minha eternidade:
Por tua causa
Virei fulgaz.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
A Nudez da Revolução
Já não se fazem movimentos de libertação. Já não há causas a serem defendidas. Já não há tesão! John Lennon and Yoko Ono.
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Muito antes de Edward... Entrevista com o Vampiro
Entrevista com o vampiro é um dos melhores filmes do gênero. A saga Crepúsculo é pop pós-moderno. Aplausos para Brad Pitt, Tom Cruise e Kirsten Dunst. Baseado no livro homônimo da escritora Anne Rice, este é um clássico que merece ser revisto. Que tal?
O Esqueleto e o Amor - Day
Quem diria um dia
tu falares tais palavras,
senso torpe e angústia
ouvir-te dizer-me
- Vai-te tomar no cu.
Quanta gentileza não gerada,
e a geada da copilação
adentrou-me o ventre e a alma.
Disseste, bem junto ao ouvido meu:
- Foder-te-ei na primeira cama.
Mundo este que te chamas
à escuridão do opaco ver
tão distinto humano ser,
Alien das trevas, talvez?
Poupa-me, Esqueleto, de teu grilhão.
Afasta a dor nefasta que a mim me causas!
Dorme longe de mim, para lá do Infinito...
E não morras ainda,
não antes
de pedir-me o perdão.
- Vai-te tomar no cu.
Quanta gentileza não gerada,
e a geada da copilação
adentrou-me o ventre e a alma.
Disseste, bem junto ao ouvido meu:
- Foder-te-ei na primeira cama.
Mundo este que te chamas
à escuridão do opaco ver
tão distinto humano ser,
Alien das trevas, talvez?
Poupa-me, Esqueleto, de teu grilhão.
Afasta a dor nefasta que a mim me causas!
Dorme longe de mim, para lá do Infinito...
E não morras ainda,
não antes
de pedir-me o perdão.
Suco de Amor - Day
Mergulho dentro de ti,
te ligo na tomada em cima da pia.
Centrifuga-me as carnes com tuas hélices assombrosamente rápidas.
Decodifica minha mente
e enxuga as lágrimas
misturadas ao suco de maçã.
Pecado, como ficar longe dele?
Somente misturada em sua volúpia
posso dormir em paz,
enquanto seca o liquidificador.
O Tempo I - Day
Volúpia dos demônios,
fogo nas narinas,
vento nas ventas, moinho,
farol de sacanagem atrás dos medos,
no meio do mato,
dividindo espaço com o lobisomen.
Sangue nas coxas, menstruação fluorescente,
atrai morcegos, vampiros e traição!
Verdes matos, matas por depilar,
fogo diabólico, a juventude é do demônio.
Entre o meu castelo e tua tenda,
só hoje escolho a tua tenda.
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O Tempo II - Day
Como fomos arrogantes no sexo,
nas palavras,
e nas tardes de crepúsculo e medo.
Sem roupas, desfilávamos um para o outro,
disputando qual era o mais sensual,
o mais bonito, e o mais feroz.
Com tuas pernas trêmulas pelo orgasmo,
observavas meus cabelos em desalinho,
e a vulva romântica tanto quanto Nietzsche.
E hoje, old man, o que fazer
com os grisalhos repousos
depois do entardecer?
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terça-feira, 23 de outubro de 2012
Serafim de estrada - Day
Súbito mórbido
chupeta de mulher duro;
medo chuva minha caneta
seca papel molhado chuva choro morte.
Deus quem és, quem é teu amigo
pavio satanismo rua escura
padre moça hímen pra quê?
Santa chupa gasolina
chupeta estrada inferno fim.
Gótica melindre mãos boate céu
e Serafim.
sábado, 29 de setembro de 2012
Dúvidas - Day
Por que precisamos parar
para pensar em coisas que nem deveriam
povoar nossos pensamentos?
Por que olho as pessoas
e nem vejo uma lágrima sequer?
Por que ninguém pode mais amar outro alguém?
Há quem fale mal das religiões, da política,
do pobre, das regras sociais, do sistema!
Há quem mate índios, crianças, velhos, e animais irracionais.
Há até quem nos enterre ainda vivos
em cemitérios ideológicos,
refazendo-nos nauseabundos e fracos
ante argumentos tais que são capazes de derrubar
até nosso mais secreto defensor.
Tantos séculos após e eu ainda me pergunto
por que a maldade existe no homem?
Certas perguntas sem respostas, já que existem,
haverão de ser transformadas em forcas, um dia.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Doctors Mortis - Day
Um dia irei revirar aquela antiga gaveta,
encontrarei Freud e Jung a me esperar.
Direi a eles quantas estrelas não sonhei.
Vou desfalecer sobre seus corpos gritando help doctors!
Depois cuspir sobre o tapete meu sangue embotado,
gritar para borboletas virem buscar-me,
ah, então, voando em tapetes mágicos
conhecerei meu esposo nas Arábias do outro mundo...
Já me matei faz tempo... Paulo Leminsk
já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo
morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma
morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma
Paulo Leminski
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Psico/hell- Day
Tu estavas sentado no meio da praça que era cinza e sem árvores,
tua cabeça era bonita, contudo, teus olhos sem brilho
era para baixo o teu olhar.
Não tive dúvidas, eras tu morto, longe de mim para sempre.
Amor maldito que nada deu nem recebeu!
Noites aflitas de tantos gozos, era a despedida!
Em outra parte minha casa era pura ruína,
dois pavimentos de tijolos podres,
na cozinha assava-se um bicho e panquecas,
tudo era feio, nada existia com cores.
Tentei beijar-te com a boca desgastada,
não sentia o odor de hortelã, mas de morte e fantasma,
- não estávamos mais aqui.
Abri os olhos, dormira no sofá,
corpo dolorido, quase chorei de dor.
Acordada, aliviada estava, entretanto, dormindo,
ainda que morta, ao menos eu te via e te amava.
Último desejo - Calisto Seraphan
Meu quarto se tornou uma masmorra,
nele sou refém de minha própria mente deturpada
pela perda, e obscurecida pelo prospecto da solidão eterna...
De nada adianta o consolo e a presença das damas
que bailam pelas frestas da vida,
nem dos heroicos cavaleiros a enfrentarem dragões
e moinhos de vento...
A solidão provinda da alma é mais forte
que qualquer criatura, e mais maligna
que qualquer demônio,
nem o mais nobre dentre os nobres
é capaz de encarar de frente essa fera...
O sofrimento dessa madrugada infindável
O sofrimento dessa madrugada infindável
pode ser comparado à ânsia do
prisioneiro
frente ao corredor da morte, sem último desejo,
sem ultima
refeição, apenas o corredor
e a certeza de não mais retornar...
Nas trevas que me encontro agora pergunto
Nas trevas que me encontro agora pergunto
ao seu retrato na cabeceira de
minha cama,
onde estarás agora?
No céu ao lado dos anjos que tanto
repudiava?
Ou no inferno, o eterno lar dos suicidas?
Sem respostas leio mais uma vez
Sem respostas leio mais uma vez
a traiçoeira carta de despedida,
sua última declaração
de amor,
seu último hino de arrependimentos...
Um dia iremos nos reencontrar, um dia...
Por enquanto tento cumprir seu último desejo...
Calisto Seraphan
Um dia iremos nos reencontrar, um dia...
Por enquanto tento cumprir seu último desejo...
Calisto Seraphan
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