Meu quarto se tornou uma masmorra,
nele sou refém de minha própria mente deturpada
pela perda, e obscurecida pelo prospecto da solidão eterna...
De nada adianta o consolo e a presença das damas
que bailam pelas frestas da vida,
nem dos heroicos cavaleiros a enfrentarem dragões
e moinhos de vento...
A solidão provinda da alma é mais forte
que qualquer criatura, e mais maligna
que qualquer demônio,
nem o mais nobre dentre os nobres
é capaz de encarar de frente essa fera...
O sofrimento dessa madrugada infindável
O sofrimento dessa madrugada infindável
pode ser comparado à ânsia do
prisioneiro
frente ao corredor da morte, sem último desejo,
sem ultima
refeição, apenas o corredor
e a certeza de não mais retornar...
Nas trevas que me encontro agora pergunto
Nas trevas que me encontro agora pergunto
ao seu retrato na cabeceira de
minha cama,
onde estarás agora?
No céu ao lado dos anjos que tanto
repudiava?
Ou no inferno, o eterno lar dos suicidas?
Sem respostas leio mais uma vez
Sem respostas leio mais uma vez
a traiçoeira carta de despedida,
sua última declaração
de amor,
seu último hino de arrependimentos...
Um dia iremos nos reencontrar, um dia...
Por enquanto tento cumprir seu último desejo...
Calisto Seraphan
Um dia iremos nos reencontrar, um dia...
Por enquanto tento cumprir seu último desejo...
Calisto Seraphan
Um comentário:
Seus poemas refletem a nova existência da humanidade, o desejo de um retorno a algum lugar que não se sabe onde é. Parabéns!
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