quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A sorte dos amantes - Day


 Teu crédito acabou, vim buscar-te miserável, andemos! 
Tua vida pregressa aqui está, na palma de minha mão, 
teus afazeres se findam, teu lugar está já aquecido
 entre travesseiros de madeira, 
pedras e plumas de gavião. 
Não! Não necessitas bagagem, tua viagem não é longa, 
pois tão perto estás do humo! 
Olhai, devasso entre as mulheres, os anjos que afligiste, 
e de tua zombaria poucas lembrarão. 
Não foste amado por mulher alguma; tua prostituição, 
o odor chegou às cavernas de meu domínio. 
Vê-lo morto tua mãe dirá,
ó filho ingrato que enlouqueceste! 
O que de errado possivelmente fiz, ó morte calada! 
Porque nada àquela direi. Na confusão dos vermes que lá habitam, 
de longe, nenhuma de tuas amantes saberá quem é você 
em meio à turba de horrores. 
Larga agora teus livros, teu dinheiro e andemos:
 A noite está por findar e lá é escura toda festa dos amores.

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