terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tempo me leva - Day



Seria presumidamente pedir demais 

de ti um beijo ainda que fugaz, 

mesmo sem tua língua a passear 

no céu de minha boca florida, 

posso perguntar, estranho que te tornaste,

poderia eu argumentar debaixo

 do teu corpo morto

 o que deveria eu fazer, tão só sem lucidez

que teu amor levou, oh egoísta, 

falacioso e o mais impuro dos homens! 

Logo a ti fui dar meu nervo vivo,

 as entranhas de mulher, para agora, 

depois do desamanhecer 

tu me traíres com a primeira puta que te chama. 

Em chamas todo meu corpo arde, como dói 

a dor do amor que não responde! 

Quão grande é o sofrimento da solitária

que tu dizes louca e desprezas

como faz o homem do bar com os últimos bebedores. 

Nunca mais fiquei em transe alcoólico

 só para te agradar, 

enveredar meus beijos pelas tuas curvas

 repletas de pêlos e creme de barbear.

 Quisera, num ímpeto de agonia, 

beber até cair como um prédio condenado,

 sim, talvez, quem sabe, o meu amor voltasse a mim,

 implorando aos céus do Universo, 

porque voando o tempo tão rápido

quem dera tê-lo outra vez, antes de morrer.

Para Ulisses

Nenhum comentário: