Seria presumidamente pedir demais
de ti um beijo ainda que fugaz,
mesmo sem tua língua a passear
no céu de minha boca florida,
posso perguntar, estranho que te tornaste,
poderia eu argumentar debaixo
do teu corpo morto
o que deveria eu fazer, tão só sem lucidez
que teu amor levou, oh egoísta,
falacioso e o mais impuro dos homens!
Logo a ti fui dar meu nervo vivo,
as entranhas de mulher, para agora,
depois do desamanhecer
tu me traíres com a primeira puta que te chama.
Em chamas todo meu corpo arde, como dói
a dor do amor que não responde!
Quão grande é o sofrimento da solitária
que tu dizes louca e desprezas
como faz o homem do bar com os últimos bebedores.
Nunca mais fiquei em transe alcoólico
só para te agradar,
enveredar meus beijos pelas tuas curvas
repletas de pêlos e creme de barbear.
Quisera, num ímpeto de agonia,
beber até cair como um prédio condenado,
sim, talvez, quem sabe, o meu amor voltasse a mim,
implorando aos céus do Universo,
porque voando o tempo tão rápido
quem dera tê-lo outra vez, antes de morrer.
Para Ulisses
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