terça-feira, 22 de abril de 2008

Cenas de uma cidade perdida


foto de Helmut Newton






Uma mulher sai de casa entupida de tranqüilizantes e anticoncepcionais. Vira a esquina e vomita o excesso dos cigarros com traçado de pinga com mel. Mas a pinga é boa, mineira como Guimarães Rosa.
Senta-se no banco lá atrás do cinema e se acaba com Godard. Suspira e vai pra casa.
Lá, senta em seu bagunçado escritório e escreve poemas e aforismos loucos pelo excesso de amor não correspondido. Que não é correspondido porque ela não o quer.
É leviana e solitária. E muito linda.

2 comentários:

Unknown disse...

"O romance nos diz que para casa ser humano há uma variedade de existências , que a existência isolada é ela mesma em parte uma ilusão, que essas várias existências significam alguma coisa, tendem a alguma coisa, preenchem alguma coisa; o romance nos promete sentido, harmonia, e até justiça. O que Conrad disse era verdade: a arte tenta descobrir no universo, na matéria bem como nos fatos da vida, aquilo que é fundamental, duradouro, essencial."Saul Bellow in Tudo faz sentido.
Pois bem....você é meu romance. Beijos.

Daisy Carvalho disse...

O que seria essencial para nós? Meu amado Djabal, essencial e único é essa troca de emoções que transita por nós, às vezes à beira do abismo, mas certamente é sempre vivo o que sentimos nesses abraços virtuais.
Beijo.