Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito. William Blake
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Dois
Um é aquele que já estava lá quando ela chegou
O outro mandou buscar
Para brincar de roda e pique-esconde.
O primeiro conhece a sua alma encardida
Mofa com ela nos escombros dos destinos
Enquanto o segundo cheira a talco e brinca de médico
Quando acaba o filme cult que ela decupou...
O mais antigo dorme com seu espírito
Conhece seus sonhos e guia seus pensamentos
O mais recente nem entende o que ela fala
E quase não a deixa dormir.
O que faz companhia ao chá escuta
Os lamentos loucos da alma vadia
Cuida das feridas e enxuga seus cabelos
O que faz aventura a acompanha no bar
Não ouve o que fala e nem ri do seu roteiro
Disfarça as suas cicratizes
Com lambidas caninamente suaves...
O primeiro chegou na frente e se instalou
Como cupim em sua alma de madeira
Hospedeiro atento, a vigia noite e dia
Enquanto o outro é hospedeiro e invasor
Manipula a alma erótica da doidivanas
E arqueia as sombrancelhas quanto ela grita
_ Eu amo os dois!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário